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O estilo barroco surgiu como resultado da crise da Renascença, que foi causada principalmente pelas fortes diferenças religiosas e restrições do catolicismo e as dificuldades econômicas causadas pelo declínio do comércio com o Oriente.
O barroco inclui as manifestações artísticas do período entre os séculos XVII e XVIII. Em Portugal, este movimento artístico foi influenciado pela escola lusitana e começou com a morte de Camões em 1580. No Brasil, o ponto de partida é a publicação do livro “Prosopopeia”, de Bento Teixeira. É um poema épico em que se pode observar a influência do trabalho de Camões.
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Os principais representantes do barroco literário são Gregório de Matos (1623-1696) e Padre Antônio Vieira (1608-1697). No Brasil, o barroco literário e arquitetônico baiano no século XVII e o barroco mineiro no século XVIII estão listados. Este último é considerado uma manifestação tardia que coincide com o Arcadismo. O principal nome do Barroco Mineiro é o famoso escultor Aleijadinho.
Tudo em arte e literatura barroca existentes refletem o conflito dualista entre a terra e o céu, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo), do pecado e do perdão, religião medieval e do paganismo na Renascença.
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As principais características do barroco, também chamado de seiscentismo, são o dualismo, a riqueza de detalhes e o exagero. Na literatura barroca, os textos refletem elementos sutis e quase sempre extravagantes, nos quais os detalhes são avaliados em um jogo de contrastes. A linguagem deste movimento procurou unir valores medievais com os da cultura grega e latina, que foram evidenciados pelo Renascimento.
Em geral, o barroco é caracterizado na literatura por características que mostram o jogo de palavras e idéias. Além disso, o uso de figuras de linguagem como metáforas, inversões, exageros, paradoxos e antíteses é evidente.
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1) A arte da contra-reforma
A ideologia barroca é fornecida pela Contra-Reforma. Em nenhum momento houve tantas igrejas, capelas, estátuas de santos e monumentos funerários. As obras de arte deveriam falar aos crentes da maneira mais eficaz possível, mas em nenhum momento eles deveriam se aproximar delas. A arte barroca teve que convencer, conquistar e admirar.
2) conflito entre corpo e alma
O Renascimento foi definido pela valorização do profano, que trouxe o gosto à moda para as satisfações do mundo. Os intelectuais barrocos, no entanto, não podem descansar se agirem de acordo com essa filosofia. A influência da Contra-Reforma significou que havia um contraste entre os ideais da vida eterna em oposição à vida terrena e a mente em oposição à carne. No barroco, não há como reconciliar esses opostos: ou você vive a vida sensualmente ou evita as alegrias humanas e alcança a eternidade. A tensão dos elementos opostos dá ao artista um profundo medo: depois de se entregar aos prazeres mais radicais, ele se sente culpado e busca o perdão divino. Então, agora ele se ajoelha diante de Deus, às vezes celebrando as alegrias da vida.
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3) O tema da passagem do tempo
O homem barroco assume uma consciência holística da transitoriedade da vida humana (transitoriedade): o tempo, rápido e esmagador, destrói tudo em seu curso. Por outro lado, diante das coisas transitórias (instabilidade), surge a contradição: vivê-las antes que elas terminem, ou renunciar ao passageiro e entrar na eternidade?
4) Forma turbulenta
O estilo barroco é perturbado pela tensão entre os princípios da ética renascentista e cristã. Daí o uso frequente de antíteses, paradoxos e inversões que estabelecem uma forma contraditória e dilemática. Além disso, o uso de entrevistas revela as inseguranças do homem barroco sobre seu tempo e a inversão de sentenças em sua tentativa de reconciliar elementos opostos.
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5) Cultismo e Conceptismo
O cultismo é caracterizado pelo uso de uma linguagem sofisticada, sofisticada e extravagante, cheia de trocadilhos e do uso indevido de figuras de estilo, como metáforas e exageros. Aqui está um exemplo de poesia cultual:
Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, A quem infiéis despedaçaram
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo. (Gregório de Matos)
O conceitualismo, que ocorre principalmente na prosa, é caracterizado pela interação de idéias e conceitos que seguem uma linha de raciocínio nacionalista e lógica que usa uma retórica aprimorada. A organização da frase segue uma ordem estrita para convencer e ensinar. Aqui está um exemplo de prosa conceitual:
Para ver a si mesmo, você precisa de três coisas: olhos, espelhos e luz. Se ele tem um espelho e é cego, ele não pode ser visto por falta de olhos; Se tem espelho e olhos e é noite, não pode ser visto por falta de luz. Em breve haverá luz maravilhosa, maravilhosos espelhos e olhos maravilhosos. (Antônio Vieira).
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Figuras de Linguagem no Barroco
As figuras de estilo mais comuns nos textos barrocos reforçam a tentativa de apreender a realidade com os sentidos. veja:
Metáfora: uma comparação implícita. O seguinte trecho foi escrito por Gregorio de Matos:
Se és fogo, como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Antítese: reflete a contradição do homem barroco, seu dualismo. Mostra o contraste que o autor vê em quase tudo. Observe a seguinte passagem de Manuel Botelho de Oliveira, na qual uma ilha é descrita e seus elementos contrastantes são destacados:
Vista por fora é pouco apetecida
Porque aos olhos por feia é parecida;
Porém, dentro habitada
É muito bela, muito desejada,
É como a concha tosca e deslustrosa,
Que dentro cria a pérola formosa.
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Paradoxo: Corresponde à união de duas idéias opostas em um pensamento. Rejeite o racionalismo da arte renascentista. Veja a seguinte estrofe de Gregório de Matos:
Ardor em firme Coração nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido.
Hipérbole: traduz a ideia de grandeza, pompa. Aqui está outro exemplo para Gregor von Matos:
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
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Prosopopeia: Personalização de seres sem vida para dinamizar a realidade. Observe um trecho do padre Antonio Vieira:
No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptível, na águia o sublime, no Leão o generoso, no Sol o excesso de Luz.