O regime militar no Brasil, ou ditadura militar no Brasil, foi dominado por governos autoritários que iniciaram o golpe militar de 1964 e duraram até 1985. O golpe militar de 1964 colocou o presidente João Goulart fora do poder e levou a importantes mudanças nas esferas social, política, econômica e cultural do país.
Os quase 21 anos de sucessivos governos militares foram marcados por restrições aos direitos políticos, forte censura da mídia e intensa perseguição policial aos opositores do regime, bem como numerosos casos de tortura e assassinato.
Como regime ditatorial, esses governos adotaram medidas que ampliam o poder executivo em detrimento do Departamento de Justiça e Legislativo.
O Golpe Militar de 1964
O governo de João Goulart foi caracterizado por intensos esforços para conseguir uma reforma básica e flertes com perspectivas socialistas. Além disso, a Revolução Cubana e a Guerra Fria ajudaram a criar uma tensão entre as populações de esquerda e setores conservadores que temiam um golpe militar comunista no país.
O medo de uma possível revolução comunista e a insatisfação com a política de João Goulart levaram aos movimentos em torno da tentativa de cassar o presidente.
Neste contexto, caiu em 1 de abril de 1964 militares de Minas Gerais no Rio de Janeiro e conquistou o poder. Isso inaugurou a ditadura militar no Brasil, que durou até 1985.
O Regime, os Governos e as Leis institucionais
Governo Castelo Branco
O primeiro presidente da ditadura militar no Brasil foi o Castelo Branco, que governou entre 1964 e 1967. White Castle foi responsável pela implementação do primeiro Ato Institucional, para agregar medidas usadas pelos militares para redigir medidas constitucionais. Ou seja, os “KIs” permitiram a adoção de regras e disposições políticas sem que o Congresso tenha que aprová-las.
A lei institucional 1 definiu a eleição indireta, ou seja, a eleição do Presidente da República dos votos do Congresso e não da população nacional. Além disso, ele concedeu poderes de cassação aos mandatos de políticos que se opunham ao governo militar e começaram a suspender os direitos políticos.
O Governo de Castelo Branco criou a Lei de Segurança Nacional, que permitia a perseguição de súbditos contra o regime, principalmente comunistas.
Além disso, foi criado o Plano de Ação Empresarial (PAEG), uma tentativa de reduzir a inflação, retendo os gastos públicos e a pressão salarial, ou seja, quando os salários não acompanham o aumento da inflação. Também criou uma nova moeda, o novo cruzeiro.
Enquanto a ditadura militar no Brasil, o Ato Institucional 2 impôs o partidarismo que aniquilou – ou pelo menos tornou ilegal – a existência de outros partidos que não eram a arena (o partido militar) e o MDB (partido da oposição).
O AI-2 manteve eleições indiretas e aumentou o poder do executivo. O terceiro Ato Institucional, anunciado pelo Governo de Castelo Branco, ampliou as eleições indiretas para os cargos de prefeito e governador.
Em 1967, o Ato Institucional 4 proclamou a constituição do regime militar ditatorial.
Governo Costa e Silva
No governo de Costa e Silva, o conhecido AI-5 foi estabelecida, que era um “golpe dentro do golpe”, ou seja, um endurecimento da ditadura militar no Brasil. A lei eliminou as liberdades individuais, fechou o Congresso e abriu a natureza ditatorial do regime militar com medidas tais como:
a autorização do Presidente da República para fechar o Congresso Nacional e as assembleias legislativas dos estados; Mídia e censura cultural: imprensa, música, teatro, cinema e televisão, etc.; Ilegalidade de reuniões políticas não aprovadas pela polícia; medidas mais fortes para a “segurança nacional” para garantir a possibilidade de intervenção ea remoção de cargos políticos nos estados;
O Presidente da República e os governadores do Estado começou a assumir a função legislativa, e de fato do decreto lei.
Foi também o AI-5, o que colocou o habeas corpus ao fim, a oportunidade de responder à liberdade de opinião e, em suma, reduziu as liberdades individuais.
Se os primeiros anos da ditadura militar no Brasil foram marcados por um discurso no qual ele diz que o golpe só foi conter a “ameaça comunista” e os governos militares, temporariamente, os Atos Institucionais 4 e 5 e a nova Constituição consolidou o poder de Militar e mostrou que suas intenções não eram tão preliminares.
Os movimentos contra o regime ditadura aumentaram, os quais foram, por exemplo, organizados por estudantes de UNE. Além disso, muitos movimentos marcantes foram formados em São Paulo e Minas Gerais. Esses movimentos foram severamente perseguidos e reprimidos pelo governo. Houve até mortes durante as manifestações.
A cultura também foi um importante lugar de resistência ao regime. O movimento tropicalista, que teve a participação de personalidades como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, foi extremamente importante para a história da música nacional e tinha um compromisso político profundo.
Governo Emílio Médici
Em 1969, a Médici assumiu o governo diante dos problemas de saúde de Costa e Silva. Nesse governo, o Ato Institucional 5 foi efetivamente aplicado e recebeu o nome de “Anos de Liderança”.
A perseguição e tortura de opositores do governo estavam presentes desde 1964, mas naqueles anos se intensificaram. Havia muitos tipos de métodos de tortura e milhares de pessoas desapareceram durante o regime militar.
O governo Medici caracterizou-se pelo chamado “milagre econômico”, o então crescimento do Brasil em 11%. Durante esse tempo muitas empresas multinacionais se instalaram, a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói. O “milagre” significou um aumento no poder de compra da classe média e o concomitante aumento da desigualdade social.
Muito tem sido investido na propaganda do regime durante este período, com campanhas como “o Brasil: ame-o ou deixe-o”, a reavaliação da vitória brasileira na Copa do Mundo de 1970 e assim por diante.
O desenvolvimento do país sob o governo Medici foi à custa de grandes empréstimos, que aumentaram a inflação e a dívida externa. Na década de 1970, a crise do petróleo também teve um impacto negativo na situação política e econômica do Brasil.
Refém do Governo
Geisel tomou o poder em 1974 no contexto da crise do petróleo e, portanto, da economia nacional. Seu governo propôs uma “abertura lenta, gradual e segura” para a retomada da democracia e de suas liberdades políticas.
Governo Figueiredo e o Fim do Regime
A disseminação dos crimes de tortura da ditadura começou a reforçar a rejeição do regime político. Em 1979, o presidente Figueiredo ordenou uma anistia para presos políticos e exilados e o fim do bipartidarismo.
As greves e movimentos estudantis de 1978 contribuíram significativamente para o enfraquecimento do regime e levaram, em 1984, a manifestações de massa pedindo eleições diretas para o Presidente da República.
Os protestos de artistas, políticos, setores civis, estudantes e trabalhadores não tiveram sucesso e Tancredo Neves foi eleito pelo colégio eleitoral. Nesse meio tempo, Tancredo morreu antes de assumir o cargo. José Sarney, o primeiro presidente civil após 21 anos de regime militar, foi inaugurado.